Não há consenso sobre como serão as aberturas de vagas temporárias para as vendas de final de ano. Entidades do varejo não estão muito otimistas. A estimativa é de que o volume de vagas, cuja oferta deve começar em outubro, seja igual ao do ano passado – cerca de 86 mil – ou tenha um aumento mínimo, que pode variar de 4% a 6%.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), cerca de 32% das contratações devem ficar concentradas no Estado de São Paulo (veja quadro). Na seqüência, vêm Rio de Janeiro, com 15% e Rio Grande do Sul, com 11%.
Tanto o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas) como a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) afirmam que o setor não tem boas vendas desde a saída do Brasil da Copa do Mundo. A falta de inverno e os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) também influenciaram negativamente.
Segundo o diretor de relações com os associados da Alshop, Luis Augusto Ildefonso, a demanda por novas vagas ocorrerá porque algumas redes de lojas costumam abrir novas unidades no segundo semestre. “Os lojistas e consumidores estão cautelosos em investir em novas contratações ou compras, principalmente por causa das eleições. Há um certo receio de assumir novas dívidas por causa da incerteza de como caminhará a economia no início do ano.” A previsão da associação é de que haja um acréscimo de 4% no volume de contratações.
O diretor financeiro da Camisaria Colombo, Paulo Jabur, por exemplo, comprova a afirmação de Ildefonso. A maior parte das novas contratações da rede vai ocorrer por causa da abertura de lojas. As contratações da Colombo devem atingir o equivalente a 10% do quadro atual de funcionários, que chega a 900 profissionais.
Na rua – A previsão do Sindilojas, que representa os varejistas de rua, é de que cerca de 17 mil postos sejam criados em todo o Estado de São Paulo. Só a capital deve absorver 9 mil delas. Dessas vagas, de acordo com o diretor de relações institucionais do sindicato, Marcos Galindo, 30% deverão ser mantidas no pós-festas.
O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (Secsp), Ricardo Patah, também não acredita no aumento de contratações temporárias de 2006. Ao contrário, para ele a previsão é de queda. “Este ano vem sendo muito difícil para o comércio, que enfrentou vários contratempos. Nossa previsão é de que apenas 10 mil vagas sejam abertas neste ano, bem abaixo das 25 mil vagas criadas no ano passado”, afirma.
Fonte: Diário do Comércio