Publicado originalmente em TecMundo
A fabricante japonesa de eletroeletrônicos Panasonic anunciou sua adesão ao conceito de semana de trabalho de quatro dias. Fruto de esforço nacional para reformular a cultura de trabalho notoriamente extenuante no país, o objetivo da campanha é buscar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos trabalhadores existentes e, ao mesmo tempo, promover a reciclagem de conhecimentos e a busca de novos talentos.
Com isso, ainda que poucas empresas tenham comprado a ideia até agora, os trabalhadores japoneses têm trabalhado menos horas do que estavam acostumados. Um dado contra a cultura organizacional tradicionalmente exigente são os baixos ganhos de produtividade do trabalho, que colocam o Japão em posição muito inferior aos seus parceiros do Grupo dos Sete.
A decisão do grupo industrial de Osaka de oferecer um terceiro dia de folga por semana aos colaboradores interessados foi explicada aos investidores em um briefing, no qual o CEO do grupo, Yuki Kusumi, resume: “Devemos apoiar o bem-estar de nossos funcionários”. Segundo o Nikkei Asia, a Panasonic tem a expectativa de que a medida sirva para que os trabalhadores tenham mais tempo para desenvolver projetos pessoais, como voluntariado ou outro trabalho.
Como os japoneses encaram a semana de trabalho de quatro dias?
Embora a redução da jornada laboral desperte um fascínio crescente entre empregados e empregadores no Japão, estima-se que menos de 10% das empresas do país tenham implantado a ideia até agora, muitas delas por questões regulamentares, como alguns locais de trabalho que pagam seus empregados por dias trabalhados. Mas muitas objeções têm vindo dos próprios trabalhadores, que desistem da folga para não sobrecarregar seus colegas.
Algumas empresas, como o Yahoo Japan e a Sompo Himawari Life Insurance, já oferecem um terceiro dia folga desde 2017, destinado inicialmente a empregados que cuidam de crianças ou parentes idosos. Já a empresa de sistemas Encourage Technologies introduziu a semana de quatro dias para atrair trabalhadores jovens, que “valorizam o seu tempo livre”.